Instituída no bairro do Comércio, há nove meses, a Ocupação Luísa Mahin tem sido uma válvula de escape e um coração de mãe para muitos estudantes, crianças e adultos. Abandonado há três anos, o prédio antigo onde funcionava o Centro de Economia Solidária, é também o local em que funciona e é oferecido curso pré-vestibular, creche e lar para muitas famílias.
Com 45 alunos, a Escola de Formação Popular Carlos Marighella – criada por membros da ocupação - oferece de forma solidária cursinho pré-vestibular a jovens carentes, ministrados por estudantes da Universidade Federal da Bahia. No prédio - que possui arquitetura colonial – também funcionava uma creche, atualmente com as atividades suspensas por falta de estrutura, alimentação e professores.
As condições de abandono, infiltrações, fiações expostas e pouca estrutura não impediram a instalação e funcionamento da escola, que sobrevive de doações. “Como a doação feita por movimentos sociais como o Sinttel Bahia. A doação de cadeiras foi o fator para que as aulas fossem mantidas, já que anteriormente os alunos se sentavam no chão”, disse o coordenador da ocupação, Gregório Motta.
A ocupação abriga mais de 20 famílias, aproximadamente 60 pessoas, que em sua maioria viviam “de favor” com familiares e, através da ocupação, encontram hoje um lugar para viver. São pessoas que sobrevivem reciclando materiais (como latinha de alumínio) na região do Comércio e que recebem também ajuda através da população como mingau, pão, roupas, móveis etc.
Inscritos no programa social Minha Casa Minha Vida, Celma de Jesus (43 anos) e André Santos (37 anos), formam uma das famílias constituídas na ocupação e aguardam o recebimento do benefício por parte do Governo Federal. “Graças à ocupação tenho um lar e até marido conquistei. É muito bom morar aqui, é um local seguro e que acolhe aqueles que necessitam”, disse Celma, sentada ao lado do marido, na sala da sua casa.
“Além de fornecer moradia a pessoas carentes, a Ocupação Luísa Mahin realiza um importante papel social, pois aqui o jovem carente tem acesso à educação de qualidade de forma gratuita, e passa a desenvolver um olhar diferenciado sobre a sociedade. É um espaço de formação do cidadão”, disse o dirigenre sindical e secretário-geral da entiddade, Orlando Helber.
A Escola de Formação Popular Carlos Marighella funciona de segunda a sexta, das 18h às 21:30 e aos sábados, das 14h às 18:30 e, está aberta para receber jovens carentes que pretendem prestar vestibular.
Para que a creche volte a funcionar se faz necessário doações de divisórias, fiação e lâmpada. Para realizar qualquer tipo de doação, basta entrar em contato com o coordenador Gregório Motta (71-99373-4927) ou entrar no site Catarze e acessar a lista com as maiores necessidades da Ocupação Luísa Mahin.