No centro das discussões sobre a prorrogação da concessão, ou não, de mais um ano para que a Tel Telemática inicie a construção de um site da empresa em Itabuna, está a incerteza da manutenção de mais de mil postos de trabalho.

São centenas de  jovens trabalhadores em situação de primeiro emprego, muitos pais e mães de família, e pessoas da terceira idade, hoje empregados no teleatendimento (call center), que estão apreensivos desde que as discussões sobre a manutenção da empresa em Itabuna chegou aos corredores da Tel e às ruas da cidade.

Preocupado com a situação desses trabalhadores, o Sinttel Bahia vem participando das discussões na Câmara de Vereadores e se reuniu com alguns edis e com o Secretário de Indústria, Comercio e Turismo da cidade,  com a finalidade de contribuir para que a situação seja resolvida o quanto antes.

“Não permitiremos que um embate entre a Prefeitura, a Câmara de Vereadores e a empresa, coloque em risco o futuro e o sustento de centenas de pessoas. Vamos acompanhar as discussões e intervir no que for possível para garantirmos o emprego desses trabalhadores”, disse Gildomar Santana, dirigente do Sinttel Bahia.

A insegurança surgiu desde que a Prefeitura de Itabuna enviou à Câmara de Vereadores, o  anteprojeto de Lei 33/2016, que discute a prorrogação do prazo de concessão de mais um ano para a Tel Telemática iniciar as obras de construção do prédio do teleatendimento, no bairro de Conceição, considerado área nobre da cidade.

Como no projeto original foi concedido à Tel um prazo original de dois anos para o início das obras, mas a empresa não iniciou a construção, a maioria dos vereadores exige que a concessão de mais um ano só seja autorizada com um acordo que assegure a manutenção dos postos de trabalho em Itabuna e que o destino do empréstimo que será solicitado pela empresa ao BNDES tenha como finalidade única a construção do prédio. Outra exigência dos vereadores é de que a empresa ou a Prefeitura, assegure um local digno e com boas condições de trabalho para dezenas de comerciantes que há anos possuem boxes comerciais na área onde será construído o prédio.

“Estamos preocupados com a manutenção do emprego dos trabalhadores no call center, mas não podemos simplesmente passar o chamado “rolo compressor” nos comerciantes que estão ali há muito tempo. Todos são trabalhadores, tanto os do call center, quanto os comerciantes, e estamos aqui para discutir as melhores condições de trabalho para todos eles”, afirmou o vereador Glauber Andrade, o Glebão.

Enquanto a situação não é resolvida, muitos trabalhadores estão apreensivos com a condição. “Tenho mais de cinquenta e estou há dois anos sem emprego. Estou participando do processo seletivo para ingressar na Tel como forma de me reinserir no mercado de trabalho.  A empresa foi a única que me deu oportunidade de voltar a trabalhar. Não acho justo perder essa oportunidade”, disse  a candidata Anália Cristina.

                                                                                                Os trabalhadores da Tel compareceram às duas sessões na Câmara de Vereadores

Próximos passos

Com o pedido de vistas do processo por dois vereadores, a votação do projeto foi adiada para a próxima terça-feira (27). De acordo com o vereador Glauber Andrade, espera-se que haja a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta – TAC firmado entre a Tel, a Prefeitura e os vereadores, para realocação dos comerciantes e início das obras no terreno da antiga feira. “Esperamos finalizar esse processo do TAC antes da votação da próxima terça e resolvermos o problema de todos os trabalhadores”, afirma Glauber.

O Sinttel acompanhará todos os trâmites do processo até que a situação seja definitivamente resolvida.

Sinttel na luta

Os dirigentes sindicais têm participado de todas as discussões na câmara de vereadores e de reuniões com o objetivo de buscar uma solução para esse problema que tem atormentado muitos trabalhadores da Tel Telemática de Itabuna.

O Sindicato se coloca à disposição dos trabalhadores.