Quando falou com o Vermelho por telefone, após a votação no Senado, Renata estava emocionada porém demonstrou muita lucidez na avaliação do momento e no papel do movimento que resiste ao golpe.
Segundo ela, a mídia independente será alvo de muitos ataques por parte do atual governo. Ofensiva que vem sendo colocada em prática com a suspensão de verbas publicitárias pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, o que prejudicou muitos veículos que contavam com os recursos acordados.
“Mais do que nunca temos que levantar a cabeça e sair à luta diante de um cenário de adversidade. É preciso fortalecer a mídia independente que tem postura mais autônoma e vai sofrer um ataque brutal”, ressaltou Renata.
Na opinião da jornalista, a saída política para 2018 começa com o que ela definiu de “busca da unidade de forma mais radical entre os setores progressistas e populares”.
Para Renata, a saída é a unidade da esquerda com os setores progressistas e democráticos mais amplos da sociedade. “Os próximos dois anos serão de intensa luta cotidiana. Nós vamos ter que compor um novo amplo arco de alianças progressistas e democráticas para tentar impedir que o projeto neoliberal seja cristalizado por mais quatro anos”, observou Renata.
Dilma e Lula governaram para os mais pobres
De acordo com a coordenadora do FNDC, as forças progressistas precisam tornar claro para a população que o projeto de país é diferente. “Não conseguimos mostrar para a população que o nosso projeto era diferente. A orientação de antes era para privilegiar os riscos. Por isso não tinha Prouni, Minha casa, Minha Vida, Ciências Sem Fronteiras”, enumerou.
Ela alertou para a nova narrativa da mídia para legitimar o governo do golpe. “O que começa a ser veiculado é que o atual governo vem para corrigir os desmandos do PT e não que se trata de um outro projeto político que prejudica os mais pobres”.