Artigo publicado no jornal estadunidense aponta repressão contra manifestantes e baixa aprovação do presidente interino Michel Temer.
Por Matheus Moreira
Revista Fórum
Em artigo para o The New York Times, publicado neste domingo (7) , o jornalista Simon Romero leva para os vizinhos do norte a discussão sobre o cerceamento da liberdade de expressão observado nos primeiros dias de jogos da Olimpíada Rio 2016 e comentados também pelo ex-presidente do STF, Carlos Ayres Britto.
No texto, Romero cita Temer como “um político carreirista que venceu uma luta de poder contra a presidenta Dilma Rousseff” e aponta que a medida do comitê Rio 2016 e do Comitê Olímpico Internacional (COI) de reprimir manifestações políticas evidencia a baixa aceitação do governo interino, que segue para seu terceiro mês.
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Romero ainda traz à tona as denúncias e citações de Temer em investigações de financiamento ilegal de campanha, caso no qual o político teria recebido em dinheiro pelo menos R$3 milhões em suborno da Odebrecht. Além disso, o artigo aponta também a condenação do presidente interino por doação de campanha acima do legalmente permitido, que o tornou inelegível por oito anos.
Romero ironiza as declarações dadas pela organização do evento após a retirada de manifestantes em algumas das competições. “O Ministério da Justiça do Brasil disse em comunicado que o homem tinha sido removido (da competição de tiro com arco) porque ele estava “perturbando a concentração dos atleta. (Curiosamente, muitos fãs brasileiros chamavam a atenção para si por vaiarem durante uma série de outras competições olímpicas, mas não enfrentaram das forças de segurança)”, escreveu.
O jornalista conclui: “Muitos brasileiros ainda não estão aceitando escutarem onde podem ou não se manifestar contra os casos colossais envolvendo figuras políticas através de espectros ideológicos”.