Julho, um mês de profunda reflexão e luta, ecoa as vozes das mulheres
negras na incansável batalha contra o racismo. Em nosso setor de
Telecom, onde a maioria das trabalhadoras são mulheres negras, esta
campanha não é apenas uma data no calendário, mas um grito por justiça
e dignidade. Por anos, a Secretaria de Mulheres do Sinttel Bahia tem
levando à base informações vitais com um olhar atento para o universo do
trabalho e as especificidades que atravessam a vida de cada uma dessas
mulheres.
Este ano, uma bandeira se ergue com ainda mais força: a luta pelo fim da
escala 6x1, onde seis dias de dedicação intensa são seguidos por um único
dia de folga. Para o Sindicato, essa não é uma demanda nova, mas uma
convicção de que existe vida além do trabalho. Um único dia é insuficiente
para o descanso físico e mental verdadeiramente necessário. Afinal,
quando folgam, essas mulheres trabalhadoras, pilares de suas famílias e
comunidades, precisam dar conta de um conjunto de tarefas igualmente
exaustivas.
“Defender o fim da escala 6x1 é um ato de empatia e reconhecimento
inegável da necessidade de descanso adequado e digno para milhares de
trabalhadoras que se dedicam ao máximo”, explica a secretária Tereza
Bandeira. “São mulheres que passam mais tempo no ambiente de
trabalho do que vivendo suas próprias vidas – seja desfrutando da família,
aprofundando-se em estudos, cuidando de sua saúde, ou dedicando-se a
outras atividades essenciais para o bem-estar e o desenvolvimento
pessoal”, completa.
O setor de Telecom, por sua natureza, exige muito de suas trabalhadoras.
A intensidade do atendimento de ligações, a pressão constante por metas
inatingíveis, e a triste realidade do assédio moral e sexual são fardos
diários. Portanto, defender a redução da jornada é ter um compromisso
com a saúde mental e a dignidade das trabalhadoras. É reconhecer o
valor de cada uma delas, não apenas como força de trabalho, mas como
seres humanos plenos, merecedoras de uma vida equilibrada e justa.