Na tarde da última quinta-feira (19), o prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto, anunciou como medida preventiva ao surto da COVID-19 nos call centers a redução de 30% no contingente de trabalhadores deixando os outros 70% em risco.
Para o Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações da Bahia – Sinttel Bahia, a redução de 30% é insuficiente dada as condições em que essas pessoas laboram e ao aumento de casos registrados em nosso estado. Amontoadas em ambientes fechados, cerca de mais de mil pessoas falam ao mesmo tempo e compartilham estações de atendimento e equipamentos eletrônicos a uma distância máxima de 80cm, bem abaixo do que foi recomendado pela Organização Mundial de Saúde e pela Nota Técnica emitida pelo Ministério Público do Trabalho.
Para o Sindicato, o setor é um dos mais vulneráveis à contaminação pela coronavírus. “Para chegar ao trabalho, os empregados precisam utilizar o transporte coletivo e se juntar à aglomeração com mais de mil pessoas. O prefeito fechou os shoppings e até a praia, que é ao ar livre, mas o call center precisa estar em pleno funcionamento. Não temos como compreender a seletividade das decisões dos órgãos competentes”, explica Gildomar Santana, diretor de comunicação do Sinttel Bahia.
Em Lauro de Freitas, a prefeita Moema Gramacho decretou o fechamento de diversos estabelecimentos comerciais e de serviços como o call center. “Esperamos que os prefeitos de outras cidades como Salvador, Feira de Santana e Itabuna e/ou que o governador do estado façam o mesmo, pois precisamos salvar as mais de 30 mil vidas do teleatendimento”, afirma Gildomar.