Fonte: Geledés
Uma pesquisa do Laboratório de Tecnologia de Interface Humana da Nova Zelândia (HIT Lab NZ, na sigla em inglês) apontou a ligação entre racismo e a predominância de robôs da cor branca. Segundo o estudo “Robôs e Racismo”, publicado pela Universidade de Canterbury, as pessoas enxergam nas máquinas interfaces humanas, portanto tendem a aplicar conceitos sociais diferentes para robôs brancos e negros.
A conclusão veio após o teste Shooter Bias, onde pessoas precisavam atirar em robôs, brancos e negros, que seguravam uma arma. Os robôs apareceram na tela por menos de um segundo, e os participantes foram instruídos a reagir apenas com robôs armados. Segundo os pesquisadores, robôs da cor preta que não estavam armados foram alvejados mais do que os brancos desarmados.
O estudo envolveu 163 participantes dos EUA, sendo 80 homens e 83 mulheres, 126 dos quais identificados como brancos, 21 identificados como hispânicos, sete como negros, três como asiáticos, dois como americanos nativos e quatro como outros.
“É incrível ver como as pessoas que não tiveram interação prévia com os robôs mostram uma tendência racial em relação a eles”, afirmou o pesquisador Christoph Bartneck à CNN. “O preconceito contra os robôs negros é resultado do preconceito contra os afro-americanos”.
Em um segundo estudo, foram colocados robôs com cores mais claras. De acordo com os pesquisadores, quanto mais clara a superfície da máquina, menor era a incidência de disparos. A reação pode indicar que diversificação dos robôs pode reduzir o preconceito sobre sua cor, afirma o estudo.
Segundo os pesquisadores, a predominância de robôs da cor branca pode virar um problema no futuro, quando as máquinas forem introduzidas ao cotidiano das pessoas. “Se os robôs devem funcionar como professores, amigos ou cuidadores, por exemplo, então será um problema sério se todos esses papéis forem ocupados apenas por robôs que são identificados como brancos”, afirmou o estudo.