Notícias 30/07/2021

Nossa Opinião: Nova Oi, triste Oi. Lamentável assim.

Os dados falam por si mesmos.

1) Até o final de 2017, a Oi tinha uma dívida de cerca de R$ 42 bilhões com os credores privados. Essa dívida foi quase toda transformada em controle acionário por grupos de credores/especuladores de fundos americanos – fundos abutres (GoldenTree, York Global, Brokfield, Solus). São esses, lamentavelmente, os donos da Oi.

2) No final de 2018, a empresa já possuía, outra vez, uma dívida de cerca de R$ 12 bilhões. No final de 2020 a dívida pulou para R$ 22 bilhões. Ou seja, em dois anos quase dobrou. E no primeiro trimestre de 2021 já chegou a R$ 28,2 bilhões. Um total fracasso.

3) Os donos da Oi venderam torres, data centers, os ativos móveis. A venda destes últimos está sendo questionada na Justiça. Segundo a publicação Teleco “a venda dos ativos móveis, tornará a Oi uma empresa menor. O móvel representou cerca de 45% da receita da Operadora no 1T20”.

4) Venderam para o BTG Pactual 51% da InfraCo. Chegará a 57,9%. O que restou os abutres chamam de Nova Oi. Nem do leilão do 5G a Oi irá participar. Perguntamos: a Oi será Nova em quê?

5) Para termos um paralelo com as outras operadoras: a Vivo foi, em 2020, a líder em receita no móvel e a Claro em receita de serviços fixos. A Claro foi a líder em market share de serviços fixos em 2020 e continuou na liderança da TV por assinatura A TIM manteve a liderança em margem EBITDA. E a Oi? Infelizmente foi um tremendo fracasso.

Desde a privatização as direções da Oi têm dado péssimos exemplos de administração. Uma combinação de incompetência e interesses distantes do que desejam a sociedade e os trabalhadores da empresa.

O esfacelamento da Oi só interessa aos abutres, donos da Oi, não interessa à sociedade. A “Nova Oi” terá, com certeza, mais demissões, piora da qualidade do serviço e concentração do mercado. Da Anatel, que deveria analisar com isenção esse processo, não podemos esperar nada. Do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) esperamos que avalie com isenção o processo de concentração da telefonia móvel.

Triste fim de uma empresa que já foi chamada de maior operadora de telecomunicações do Brasil. Lamentável assim.

Instituto Telecom, terça-feira, 27 de julho de 2021

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