Combate ao Racismo 22/05/2019

Comunidade Guerreira Zeferina ganha documentário sobre história de luta

Fonte: Portal Soteropreta

Foto: Divulgação

O documentário Zeferinas – Guerreiras da Vida, relata a vida da Guerreira Zeferina, contada em imagens e relatos, se misturando à história de superação de quatro mulheres que viveram na antiga Cidade de Plástico, hoje moradoras do conjunto habitacional que leva o nome da líder quilombola que lutou pela liberdade no Subúrbio Ferroviário, no século XIX. O enredo se passa em Periperi, entre 1826 a 2019. A obra faz um paralelo entre as guerreiras do tempo presente, que têm uma história de superação, com a heroína do passado, que é a inspiração para o nome da comunidade.

Quem narra essa história são as moradoras Cassileide, Vanda, Tâmara e Miriã. Dona de casa e mãe solteira de um casal, Cassileide Bonfim, 42 anos, chegou à Cidade de Plástico em 2010. “Passamos muita coisa aqui, foi muito sofrido. Mas nunca duvidamos que teríamos uma moradia digna; e esse dia chegou.” O documentário conta como ela, uma mãe solteira, acabou lutando muito para criar os filhos em um local tão desprovido de tudo.

Além de Cassileide, Zeferinas – Guerreiras da Vida traz a história de Vanda, a mais velha das quatro mulheres e que ganhou o título de personagem da alegria. A professora Tâmara, chamada de Mara, que está grávida e cheia de perspectiva de futuro, também narra a história de amor vivida com o marido e a família na comunidade. O documentário tem ainda um pouco da vida de Miriã, uma batalhadora que, além de ter sido agraciada com o sonho da moradia digna, trabalha na cozinha da Creche-Escola Guerreira Zeferina, outra iniciativa da Prefeitura. A unidade de ensino funciona dentro do conjunto habitacional e atende 130 crianças da comunidade.

O filme busca sempre o elo dessas mulheres com a Zeferina guerreira do passado e culmina com a mudança total da realidade dos moradores da comunidade, quando a Cidade de Plástico, com quase 300 famílias, considerada a área mais pobre da capital baiana durante anos, é transformada, em 2018. Hoje, a vida dessas quatro famílias e de mais outras 253 tem um outro sentido. O conjunto habitacional, composto por 10 prédios espalhados em uma área com mais de 20 mil m², abriga moradores com toda a infraestrutura, incluindo 20 moradias adaptadas para pessoas com deficiência. E aquele passado de dor e privações, marcado nas lembranças dessas famílias, só será reavivado nas telas do filme.

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